Quando penso em contos de fadas, lembro automaticamente dos Irmãos Grimm, ainda mais depois do filme, lançado em 2005, que conta com os queridinhos Matt Damon e Heath Ledger no papel dos irmãos. Mas isso é um desaforo, deveríamos também lembrar de Hans Cristian Andersen, o dinamarquês que, entre outras histórias, premiou nossa infância com contos como O Patinho Feio, A Roupa Nova do Rei, A Pequena Sereia, A Princesa e a Ervilha, A Pequena Vendedora de Fósforos, O Soldadinho de Chumbo.

Hoje, dia 2 de abril de 2010, Hans Cristian Andersen completaria 205 anos de idade. Nascido em Odense, Dinamarca, era filho de sapateiro, e, mesmo muito pobre, aprendeu a ler desde cedo. Aos 11 anos de idade, seu pai morreu e ele teve que abandonar a escola. Andersen nasceu e viveu numa época em que a Dinamarca regressava ao nacionalismo ancorado em valores ancestrais. De certa forma graças à sua infância pobre, Andersen teve a chance de conhecer os contrastes da sua sociedade, o que influenciou bastante as histórias infantis e adultas que viria a escrever quando mais velho.
Em 1819, com 14 anos de idade, Andersen saiu de casa e foi para a capital com o objetivo de se tornar cantor de ópera, mas foi abraçado pelo estigma de lunático devido às suas atitudes diferentes. Mesmo assim, conseguiu ser admitido no Teatro Real e trabalhou muitos anos como ator e bailarino. Por ser visto pela sociedade como “o estranho”, ele chamou a atenção do Rei Frederico IV, quem o enviou de volta à escola, onde Andersen estudaria até 1827. Mais tarde, ele confessou que tinha aversão aos estudos, e que aqueles tinham sido os anos mais amargos de sua vida.

Em 1828, entrou na Universidade de Copenhague, e no ano seguinte, quando seus amigos já consideravam que nada de bom resultaria de sua excentricidade, ele lançou Um passeio desde o canal de Holmen até à ponta leste da ilha de Amager e obteve considerável sucesso, embora o reconhecimento internacional viria um pouco mais tarde, em 1835, quando lançou o romance O Improvisador.
Apesar de ter escrito vários romances adultos, e poesias, foram os contos de fadas que o tornaram famoso. Não é a toa que a data do seu aniversário seja comemorada como o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil, e o mais importante prêmio do gênero tenha o seu nome. Ele foi, segundo estudiosos, a primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças.
No final de 1872, ficou muito doente e permaneceu com a saúde abalada até 4 de agosto de 1875, quando faleceu, em Copenhague.

As histórias de nossa infância nos acompanham para toda a vida, assim como os traumas, as lições, as situações. Elas nos compoem, nos constroem, de forma que só somos o que somos hoje, devido a tudo que passamos. Acho bobagem essa história de querer voltar no tempo e mudar coisas no passado, estaríamos mudando quem somos hoje. Por isso acho que pessoas como Hans, que falam diretamente às crianças, e não só às crianças de sua época, mas atravessam gerações, de uma importância muito grande para o imaginário coletivo. Nada mais justo que saudá-lo e agradecê-lo por povoar nossos sonhos mais remotos da infância, afinal, quem é que não traz com carinho os contos de fadas?
Marcadores: cultura
2 Comentários:
Gostei do tema do post e do comentário final. Esse resgate de uma figura chave dos contos de fada é importante tanto para um maior conhecimento da fonte dessas historias bem como para recordá-las e revivê-las - mesmo que por instantes.
Adorei o post!
A minha infância, pelo menos, foi rodeada de Grimm's e Hans's. Tenho muito medo de as futuras gerações (se não já a presente) esquecerem essas histórias tão especiais, que nos ensinam muito e, na minha opinião, formam indivíduos melhores!
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