sexta-feira, 2 de abril de 2010

Parabéns, Hans!


Quando penso em contos de fadas, lembro automaticamente dos Irmãos Grimm, ainda mais depois do filme, lançado em 2005, que conta com os queridinhos Matt Damon e Heath Ledger no papel dos irmãos. Mas isso é um desaforo, deveríamos também lembrar de Hans Cristian Andersen, o dinamarquês que, entre outras histórias, premiou nossa infância com contos como O Patinho Feio, A Roupa Nova do Rei, A Pequena Sereia, A Princesa e a Ervilha, A Pequena Vendedora de Fósforos, O Soldadinho de Chumbo.

Hoje, dia 2 de abril de 2010, Hans Cristian Andersen completaria 205 anos de idade. Nascido em Odense, Dinamarca, era filho de sapateiro, e, mesmo muito pobre, aprendeu a ler desde cedo. Aos 11 anos de idade, seu pai morreu e ele teve que abandonar a escola. Andersen nasceu e viveu numa época em que a Dinamarca regressava ao nacionalismo ancorado em valores ancestrais. De certa forma graças à sua infância pobre, Andersen teve a chance de conhecer os contrastes da sua sociedade, o que influenciou bastante as histórias infantis e adultas que viria a escrever quando mais velho.

Em 1819, com 14 anos de idade, Andersen saiu de casa e foi para a capital com o objetivo de se tornar cantor de ópera, mas foi abraçado pelo estigma de lunático devido às suas atitudes diferentes. Mesmo assim, conseguiu ser admitido no Teatro Real e trabalhou muitos anos como ator e bailarino. Por ser visto pela sociedade como “o estranho”, ele chamou a atenção do Rei Frederico IV, quem o enviou de volta à escola, onde Andersen estudaria até 1827. Mais tarde, ele confessou que tinha aversão aos estudos, e que aqueles tinham sido os anos mais amargos de sua vida.

Em 1828, entrou na Universidade de Copenhague, e no ano seguinte, quando seus amigos já consideravam que nada de bom resultaria de sua excentricidade, ele lançou Um passeio desde o canal de Holmen até à ponta leste da ilha de Amager e obteve considerável sucesso, embora o reconhecimento internacional viria um pouco mais tarde, em 1835, quando lançou o romance O Improvisador.

Apesar de ter escrito vários romances adultos, e poesias, foram os contos de fadas que o tornaram famoso. Não é a toa que a data do seu aniversário seja comemorada como o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil, e o mais importante prêmio do gênero tenha o seu nome. Ele foi, segundo estudiosos, a primeira voz autenticamente romântica a contar histórias para as crianças.

No final de 1872, ficou muito doente e permaneceu com a saúde abalada até 4 de agosto de 1875, quando faleceu, em Copenhague.


As histórias de nossa infância nos acompanham para toda a vida, assim como os traumas, as lições, as situações. Elas nos compoem, nos constroem, de forma que só somos o que somos hoje, devido a tudo que passamos. Acho bobagem essa história de querer voltar no tempo e mudar coisas no passado, estaríamos mudando quem somos hoje. Por isso acho que pessoas como Hans, que falam diretamente às crianças, e não só às crianças de sua época, mas atravessam gerações, de uma importância muito grande para o imaginário coletivo. Nada mais justo que saudá-lo e agradecê-lo por povoar nossos sonhos mais remotos da infância, afinal, quem é que não traz com carinho os contos de fadas?


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